Discussão do sismo na Turquia
A camada externa da Terra possui uma espessura entre 50 e 150 quilómetros, e está dividida em placas tectónicas. As placas tectónicas movimentam-se lentamente, mas os seus efeitos são suficientemente poderosos para provocar grandes terramotos.
O resultado desta movimentação tectónica, provoca um deslocamento constante da África e da península Arábica para o norte, em direcção à Eurásia. A maioria dos depósitos de petróleo estão associados às áreas para onde convergem as placas tectónicas e as maiores reservas encontram-se próximo à zona de colisão entre as placas da Arábia e da Eurásia.
Como a península Arábica se move mais rápido do que a África, colidiu primeiro com a Turquia formando as montanhas do Cáucaso. Essa colisão aumentou a espessura da crosta continental no leste da Turquia, hoje com uma área de cerca de 45 quilómetros quadrados.
As bordas das duas placas estão encaixadas, mas as forças geológicas empurram a Placa da Anatólia para oeste. Quase todo o território da Turquia desliza para oeste ao longo da falha, o que provoca tremores frequentes.
A Turquia é um território com alto risco de terramotos. O país está localizado exactamente sobre uma pequena placa tectónica chamada subplaca de Anatólia, posicionada entre as gigantescas placas da Eurásia, ao norte e Arábica, o sul. Ali, o intenso movimento de compressão e deslizamento criou ao longo de milhões de anos uma série de falhas geológicas conhecidas como falhas de Anatólia. Uma delas, a Anatólia do Norte, estende-se ao longo de 1000 quilómetros e passa apenas a 15 quilómetros ao sul da cidade de Istambul, localizada na parte europeia da Turquia.
A combinação dos movimentos dessas placas tem como consequência a geração de constante sismicidade, responsável pelos maiores terramotos ocorridos no país.
O sismo que ocorreu no passado Domingo é o resultado de um destes pequenos segmentos que se rompe, provocando grandes catástrofes à escala humana. Sendo a Turquia um país que está limitado por tantos movimentos tectónicos deveriam ser tomadas medidas de protecção eficazes para evitar tantas perdas materiais e humanas como se verificou no último abalo. Deveria ser implementada a construção de infra-estruturas anti-sísmicas, pois como dizia na notícia a fragilidade dos edifícios era grande: “os edifícios mais afectados são aqueles construídos com tijolos de barro”.